Construindo um Futuro

Por Marcone Silva*

13/03/2016

Desde os primeiros avanços ocorridos no Brasil na área trabalhista nas décadas de 1930/40, como os que  ocorreram ainda na era Vargas, que foi o presidente da república responsável por criar e implantar diversos direitos trabalhistas, entre eles, o salário mínimo, Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), carteira profissional e férias remuneradas. Surgiram algumas conquistas e transformações
importantes também no campo da Saúde e Segurança do Trabalho, principalmente as de algumas décadas depois, mais precisamente  na década de 1970 quando foi criada e aprovada a Lei  n° 6.514, de 22 de Dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho e também a Portaria MTB n° 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho que aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs) do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

Mas nem tudo são flores. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), há mais de 1,2 milhão de mortes por acidente de trabalho no mundo, sendo que o Brasil ocupava em 1999 a 15ª posição no ranking de países com mais acidentes no ambiente de trabalho. Isso se explica por três motivos: 1) deterioração das condições de trabalho causadas pela globalização; 2) desrespeito e negligência aos direitos de segurança e saúde dos trabalhadores e 3) falta de cumprimento da lei e a falta de fiscalização por parte das autoridades.

Diante deste quadro e da grande pressão imposta ao governo brasileiro pelas organizações internacionais, a atuação dos profissionais da área de Saúde e Segurança do Trabalho passou a ser vista com outros olhos, as empresas se viram obrigadas a investirem em melhorias e novas formas de prevenção de acidentes, e passaram a incluir nos seus quadros as Políticas de SST, demandando mais profissionais desta área de atuação, tornando a profissão mais conhecida e peça chave do processo para se alcançar o objetivo de reduzir os números de acidentes de trabalho nas empresas, que eram bastante elevados (inclusive os acidentes fatais).

***

Com uma dimensão maior e com mais destaque para os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, cresceu de forma considerável o número de pessoas e profissionais dispostos a abraçarem esta causa e fazerem parte desta luta inglória por um ambiente de trabalho mais seguro e sem acidentes nos locais  de trabalho. Difício mais não impossível. 

É muito importante que nessa luta, todos possam contar com o apoio de uma classe representativa forte e comprometida com os profissionais de Saúde e Segurança, uma classe sindical que atue de forma transparente e democrática, que possa atender as demandas de seus membros e consequentemente de toda uma classe profissional que não mede esforços, luta e dedicação para Saúde e Segurança do Trabalho continuar  a se renovar e evoluir. Devemos convergir na mesma direção para continuarmos atuando de forma positiva e responsável e Cabe a nós, profissionais da nova geração a missão de seguir avançando, progredindo pouco a pouco, de degrau em degrau, de desafio em desafio e sem retroceder um milímetro nas conquistas alcançadas. 

O futuro da Saúde e Segurança do trabalho está em nossas mãos e é nossa rasponsabilidade construir essa sinergia em busca de melhora-la a cada dia. Unidos somos mais fortes e juntos podemos fazer à diferença na construção de um futuro. Um futuro de grandes avanços e de grandes transformações.

*É Técnico em Segurança do Trabalho, administrador e editor do site: http://tstmarconesilva.webnode.com/