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"Viver e não ter a vergonha de ser feliz"

terça-feira, 15 de março de 2016

A crise, as empresas e a segurança do trabalho

A crise, as empresas e a segurança do trabalho


Por Marcone Silva*


28/02/2016
É perceptível a todos, a difícil e complicada situação econômica em que se encontra o nosso país, em especial, as empresas brasileiras. A cada dia, novos números relacionados a nossa economia, como crescimento econômico, geração de empregos e os investimentos realizados por essas empresas são divulgados pelos principais veículos de comunicação, e esses números não são nada...
animadores. O cenário não é dos melhores e o mercado se mostra cada vez mais pessimista atuando de forma defensiva, muito aquém das expectativas e ao que tudo indica, sem solução no curto prazo.
Como vivemos em um modelo de mercado capitalista, é comum que um empresário invista visando obter uma margem de lucro razoável. É assim que funciona no mundo dos negócios. Se a economia de um país vai bem, maiores são os investimentos em maquinários, novos equipamentos, matérias-primas, mão de obra qualificada, ampliação de fábricas, etc. Ou seja, é uma cadeia produtiva que se retroalimenta. Agora, por outro lado, se a economia de um país vai mal (como é o nosso caso), a tesoura entra em ação, tudo fica mais difícil de se conseguir e de implementar em um cenário mais pessimista e cauteloso. Os investimentos ficam escassos, ocorre diversos tipos de cortes para tentar reduzir os custos nos mais variados setores de uma empresa. Ou seja, uma tempestade perfeita.
Com a área de segurança e saúde do trabalho não é diferente. A grande questão é: 1) como continuar desenvolvendo os trabalhos, implementar projetos, realizar campanhas e investir em melhorias dentro da empresa em um cenário tão desafiador, como o que estamos vivenciando atualmente? 2) como fazer para convencer o empregador a priorizar os trabalhos e projetos desenvolvidos pela equipe de segurança e saúde do trabalho dentro da empresa?
Muita calma nessa hora. Nada que um pouco de criatividade e imaginação (com um pouco de persistência) não possam resolver. Os desafios são muitos, tanto para empregador, quanto para os colaboradores. Algumas decisões terão que ser tomadas, projetos terão que ser revistos, é a velha política de se fazer mais com menos. O momento atual enseja mudanças de paradigmas e crenças. Devemos fazer cada vez mais uso das novas tecnologias, desenvolver novas competências e habilidades, preparar e capacitar nossa equipe para lidar com um cenário tão adverso. Devemos estar cada vez mais preparados.
No campo prático, nós, profissionais da área de segurança e saúde do trabalho, devemos atuar de forma serena e tranqüila, buscando se possível, soluções inovadoras, que não demandam muitos recursos e altos investimentos, mas, que também não prejudiquem a qualidade do nosso trabalho. Por exemplo: em uma indústria que ocorre um grande número de acidentes, em um determinado setor, devemos primeiramente, trabalhar para descobrir e solucionar a real causa dos acidentes, usando uma ferramenta simples, como a árvore de causas, antes de propor ao empregador um gasto excessivo com a mudança drástica na estrutura física do setor da indústria, sem saber se isso irá realmente resolver o problema.
 São atitudes até certo ponto simples e também necessárias para manter o bom funcionamento dos programas de segurança e saúde do trabalho, sem que isso venha a aumentar de forma exorbitante os custos para o empregador. Mas cuidado, não podemos nos desviar e perder o foco do principal objetivo de um prevencionista, que é manter um programa de segurança e saúde do trabalho qualificado e eficaz dentro da empresa. Afinal, preservar a saúde e a segurança dos colaboradores e manter um ambiente de trabalho harmonizado e seguro nas empresas, não tem preço.

*É Técnico em Segurança do Trabalho, administrador e editor do site:http://tstmarconesilva.webnode.com/

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